QUE
MUNDO FANTÁSTICO
Naufraguei
na incompreensão
Comi
o pão que o diabo amassou
E perdi-me
numa ilha que não sabe quem sou
Pintei
um quadro com duas rosas
E
varri da alma os vestígios dos últimos sonhos
Longos,
na alma, os invernos da pobreza
Continuo
um rapazinho
Com
a cor do medo no olhar
Tenho
a alma vergada sobe um céu menor
Com
estrelas afugentadas
E
uma lua traiçoeira, ou zombeteira?
Sei
lá!?
Só
sei que vivo neste mundo
Que
sou demasiado profundo
Que
amo de quando em vez
E
sou o rei da estupidez
Ou
um arlequim triste, sem eira nem beira
Mas
sei!
Que
esta árvore vai medrar
Que
a minha cidade inventada
Vai
continuar a lá estar
Que
sou boa gente, e sou bondoso
Sento-me
numa pedra molhada e fria
Com
chapéu e bengala de papel
Com
ar triste, patético
Pensando
não querer pensar
Que Mundo
Fantástico
(não
acham?)
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