No espelho partido, de um pequeno e pobre quarto de dormir. Sou apenas uma criança, que sonha com fábulas, reis, rainhas e amor. Sou um guerreiro. Talvez herói, de uma história ainda por contar. Aqui cheguei, como se o Mundo estivesse acabar. Não pergunto pelo amanhã, pelos abismos que se abrem na fronteira do pensamento. Vim, aqui cheguei, com a lucidez dos espelhos e a espuma inquieta do mar, batente no calhau da praia. Esperei encontrar: rios mansos e brincar com papagaios de seda, em tardes de vento brando. Falaram-me de fadas, de castelos, de rios mansos, onde alguma vez pudesse navegar, em barcos de papel. Nada pedi. Apenas que me levassem pela viagem das nuvens. Que me falassem, das árvores e das casas, e perguntei: Onde dormem as aves ao fim do dia? E se eu fosse ave e voasse com o mesmo bater de asas? Não obtive respostas, mas desejei mil vezes ser gaivota, apenas porque achava, que a ilha não as aprisionava, tal como aos pássaros. Perguntei, onde dormem