CARTA DE AMOR
No deslizar de mais esta noite vem-me à lembrança os suaves contornos do teu
doce rosto, caprichos do coração que a lembrança transforma em palpitantes
aromas. Os comboios continuam rolando, vazias ruas lavadas pelo incontido
pranto das estrelas, as sombras
perdem-se no vazio das palavras. Mas tu e eu, meu amor, estamos
juntos, juntos pelo outono, pelas
águas, as mesmas que vestem os pássaros em mantos de luz e suave cantar.
Lembrarás aquela encosta caprichosa, lembrarás os dons da terra, irrascível fragrância, melodia da brisa, aplauso das folhas, soltas na tua passagem, de verde tapete, se não fosse...
Porque és instante, aprisionada pela agilidade do ar, claridade que explode e instaura as cores no tempo, uma só gota de azul que tomba, alegria na lembrança!? Incontida lágrima que se perde no mundo. Juntos, tu e eu, selamos o silêncio, magnética viajem, cujo amor floresce e eternamente volta a ser e a não ser nada. És sal desfeito na agitação da espuma que viaja na crista de uma longínqua onda, enquanto o mar destrói a permanente estátua que esculpi na areia...
Tenho fome da tua boca, da música da tua voz, das selvagens ondas do teu cabelo, não me sustenta o trigo, solto em persistente espiga agarrada à aurora, terra onde busco a sombra dos teus passos os contornos da tua formosura... Quero sentir o movimento fugaz das tuas pestanas, descobertos olhos que lançam raios de luminosa ternura, doce claridade entre eles se abre.
Amar é uma viagem com água e com estrelas, fogo que corre pelos caminhos do sangue até precipitar-se num lago de azul paixão, relâmpago que atravessa os céus na ponta da asa de alva garça, até ser e não ser mais um raio na sombra. Falta-me tempo para celebrar-te... Sei que existes porque a tua alma nos teus olhos voa e dão luz às coisas que chegam até mim, a mesma luz que me acordou como janela aberta...
Hoje tal como ontem, sonhei com o errante aroma da tua existência, lavrei as minhas sentidas palavras, aprisionei-as numa garrafa e lancei ao mar...
Lembrarás aquela encosta caprichosa, lembrarás os dons da terra, irrascível fragrância, melodia da brisa, aplauso das folhas, soltas na tua passagem, de verde tapete, se não fosse...
Porque és instante, aprisionada pela agilidade do ar, claridade que explode e instaura as cores no tempo, uma só gota de azul que tomba, alegria na lembrança!? Incontida lágrima que se perde no mundo. Juntos, tu e eu, selamos o silêncio, magnética viajem, cujo amor floresce e eternamente volta a ser e a não ser nada. És sal desfeito na agitação da espuma que viaja na crista de uma longínqua onda, enquanto o mar destrói a permanente estátua que esculpi na areia...
Tenho fome da tua boca, da música da tua voz, das selvagens ondas do teu cabelo, não me sustenta o trigo, solto em persistente espiga agarrada à aurora, terra onde busco a sombra dos teus passos os contornos da tua formosura... Quero sentir o movimento fugaz das tuas pestanas, descobertos olhos que lançam raios de luminosa ternura, doce claridade entre eles se abre.
Amar é uma viagem com água e com estrelas, fogo que corre pelos caminhos do sangue até precipitar-se num lago de azul paixão, relâmpago que atravessa os céus na ponta da asa de alva garça, até ser e não ser mais um raio na sombra. Falta-me tempo para celebrar-te... Sei que existes porque a tua alma nos teus olhos voa e dão luz às coisas que chegam até mim, a mesma luz que me acordou como janela aberta...
Hoje tal como ontem, sonhei com o errante aroma da tua existência, lavrei as minhas sentidas palavras, aprisionei-as numa garrafa e lancei ao mar...
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