EM BUSCA DO TEMPO




Desprendi-me dos verdes da ilha
Subi ao alto na viajem do olhar
Iluminado por este brumoso sol de julho
Olhei para todos os lugares
Calcando presságios e sonhos
Alguns emanavam uma outra existência
Ouvi dentro de mim o mar
Dentro de ti o amor
Ouvi a triste música das pedras se erguendo
No crepitar melódico das ausências
No regresso de outras infindáveis mágoas
Nestes dias correndo contra a tarde
Perdidos na voragem da noite
Um coração que arde
O teu, o meu...?
O que és? Quem és?
A música que faz crescer o gesto da rosa?
Os passos da água nos olhos da gaivota?
Na translúcida serenidade do sonhar
Ouvindo os dias, contando os passos do momento
Voas entre eras e o rumor do musgo
Em busca do tempo...

Comentários

  1. Estamos sempre em busca do tempo (aprendendo), nascidos sob o véu do esquecimento, mas, com histórias gravadas na alma. Assim como numa caixa de música, vamos dando corda as lembranças, vamos dando corda as circunstâncias, que nos fazem reencontrar quem somos. Seguimos bailando, nessa nem tão longa melodia desta existência e, quando abençoados, (re)encontramos um par, para nos acompanhar nos diversos ritmos dos nossos dias. Nada é fácil, nada! A alegria desta sina é o amor que também (re)encontramos e cuja melodia também escutamos. A quem tem o dom, compondo letras para acompanhar, como você lindamente o faz. A todos, bailando o amor, a hora de amar. Sabe, não podemos esperar pelas respostas, elas, assim como tudo na vida, somente no movimento se revelam, nos encontram no caminho.
    Viver é sim um eterno caminhar. E a 'eterna' tarefa do homem é aprender a amar.

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